segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Discurso de Matilde Sacavém - Coordenadora Local


Começo por agradecer à LPCC por este desafio tão gratificante,
e por toda a confiança que depositou em nós.

Quero também agradecer à Srª Presidente da Câmara Municipal de Abrantes, por ter aderido a este projecto desde o início sem qualquer hesitação,
e com toda a disponibilidade.

Quem é que aqui garante
que não vai ter que enfrentar um cancro na sua vida?
Quem é que garante
que os seus filhos ou netos
não vão ter que enfrentar um cancro?

É por esta razão que hoje estamos aqui!
É por esta razão que durante 4 meses vamos falar de cancro,
Vamos falar da importância que a prevenção tem
para o sucesso da luta contra o cancro,
pois a prevenção é o caminho mais curto para a cura.
Vamos celebrar o facto de estarmos vivos
e querermos continuar a estar vivos.
E vamos também angariar fundos para a LPCC,
para que a Liga continue com o seu trabalho
na educação para a prevenção,
no apoio ao doente oncológico e sua família
e também na investigação contra o cancro.

Todos somos precisos,
e todos fazemos falta.
Só juntos conseguimos colocar esta bola a andar e a crescer.
Este projecto não exclui ninguém,
tal como a doença.
Este é um projecto do ser Humano!
É um projecto de todos nós.

UDPV representa a esperança
que aqueles que foram levados pelo cancro
não serão esquecidos,
que aqueles que têm a doença
serão apoiados
e que um dia o cancro será vencido.

Já ouço ao longe o agradecimento
daqueles que hão-de vir a beneficiar deste trabalho
que nós hoje vamos iniciar.
Trabalho que vem juntar-se aos 17 concelhos
que antes de nós já participaram neste projecto em Portugal
e aos muitos outros que depois de nós virão.

Quero agradecer a todos vós, hoje, aqui presentes,
e aos que aceitaram fazer parte desta comissão coordenadora.
A todos os que já estão organizados em equipas,
cheios de empenho e imaginação,
para trabalhar durante estes 4 meses.
E a todos aqueles que ainda estão para se juntar a todos nós,
nesta grande caminhada pela vida, que hoje dá o primeiro passo em Abrantes!
Estamos todos convidados
para trabalhar durante estes próximos quatro meses,
que vão ser o que nós conseguirmos.
Vão ser meses de união em torno desta causa tão nobre.
E estamos todos convocados
para fazermos do dia 20 de Março
um grande Dia de luta Pela Vida.

Sozinhos fazemos pouco,
mas juntos conseguiremos vencer esta batalha!

2 comentários:

  1. Grande Matilde!! Assim é que é falar! Eu própria não faria melhor!!!
    A sério, tenho mta pena de não ter ouvido o seu discurso" ao vivo e a cores", mas pelas notícias q recebi, sei que foi um SUCESSO.
    Estão todos de Parabéns. Souberam cativar os abrantinos e entusiasmá-los para esta caminhada.Tenho a certeza que serão 4 meses muito cheios aí por Abrantes (q desde dia 29 já não está como dantes!!)
    Um grande Beijinho
    Felipa

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  2. Pois eu ouvi o discurso ao vivo e a cores! Gostei muito, gostei mesmo muito, as palavras escolhidas estavam cuidadosamente alinhadas e a Matilde soube dar-lhes o peso que mereciam. Foi uma linda tarde de Domingo.
    Parabéns a toda a Comissão Local e aos intervenientes.

    ResponderEliminar

Testemunhos

Depois da partida da minha irmã desta vida terrena, a minha mãe (vice-capitã de uma das nossas equipas, e, sendo católica), procurou o consolo possível em vários testemunhos que lhe foram dados. Pediu-me que se publicasse este, pois encontrou nele uma enorme força!!!
Obrigado à Aida Maria Líbano Monteiro por ter tido a coragem de escrever, partilhando assim a sua vivência de sofrimento, sem saber que com isso, ajudaria tantos outros e de diferentes formas, a viver o seu!!!
Obrigado Mãe por também de uma maneira tão bonita, partilhar o que lhe foi dado.

Maria Isabel Simão (Bé)


“Sempre pensei o ser humano como um ser maravilhoso, cheio de dignidade própria, fruto do Amor de Deus e do amor dos homens, com possibilidades de conhecer (abranger) a Verdade e o Bem e de os escolher como critérios de vida.
Percebi também muito cedo as limitações de vária ordem que esse ser comporta em si próprio. Não somos deuses. Somos homens.
Apesar da consciência dessas muitas limitações, dessa condição humana, continuei a achar que era óptimo ser Homem.
Tenho vindo a aprender, devagarinho, que o sentimento de não felicidade vem, numa grande percentagem, quando nos queremos pôr, e à nossa doença, num lugar que não nos compete: o primeiro, o alvo das atenções e dos carinhos, aquele a quem é devida obediência rápida e quase a antecipação dos desejos e interesses...
Claro que, pobres como somos, precisamos que nos tratem bem, com competência, com carinho, com respeito pela nossa dignidade.
Mas esta espécie de tirania de pensar só em nós, nos nossos sofrimentos, tira-nos a capacidade de amar, de nos relacionarmos com Deus, de nos relacionarmos com as pessoas com quem convivemos, que nos acompanham, de nos relacionarmos com a vida que milhões de pessoas vivem. Tira-nos ao fim e ao cabo a capacidade de nos interessarmos pela terra e pela vida que continua a ser construída. Fechamo-nos. Isolamo-nos.
Parece que deixamos de existir antes mesmo de sermos acolhidos nos braços do Pai.
Felicidade, realmente, não se constrói, não se vive quando nos colocamos no primeiro lugar, quando olhamos só para nós, quando nos isolamos.
Com frequência somos tentados a olhar só para as nossas limitações, para o que não podemos fazer, ou então a achar que, se ao menos estivéssemos nas condições de outros doentes, ainda faríamos isto ou aquilo.
A minha doença tem-me feito descobrir as muitas potencialidades escondidas que há em nós e às quais nunca anteriormente fazíamos apelo porque naturalmente não precisávamos delas.
A minha doença tem-me ajudado a perceber que essas potencialidades a que anteriormente não fazia apelo me dão a possibilidade de reforçar a minha actividade nalguns campos e mesmo de a iniciar em campos inteiramente novos.
Podia aqui referir, muito especialmente, algumas actividades de participação em projectos posteriormente realizados com a colaboração de outros sem quaisquer limitações de doença e que, parece-me poder dizê-lo, não teriam sido realizados se não fosse a minha situação de doente.
Sinto-me, de facto, chamada a servir, a sentir-me responsável, a pôr a minha pedra na construção, como todos os Homens.
Eu acredito que o Senhor não gosta de me ver sofrer.O Senhor não se deleita com o sofrimento dos seus filhos.O Senhor não passa ao largo.
Mais: o Senhor ama-me tal como eu sou e acompanha-me dia após dia. A toda a hora está atento aos meus queixumes e desabafos.
Eu acredito que o Senhor vive comigo as dificuldades reais e me ajuda a ultrapassá-las.
Acredito que o Senhor me vai desvendando aos poucos a linguagem de amor e não a linguagem de aguentar o sofrimento.
Sei que, nessa intimidade de amor com Deus, Lhe posso falar não já só de mim, mas também dos outros e do mundo que trago no coração.”

Escrito por:
Aida Maria Líbano Monteiro