domingo, 29 de novembro de 2009

Veja o início...

No primeiro dia da Campanha Um Dia Pela Vida de Abrantes muitos foram os que quiseram marcar presença. A população mostrou interesse no projecto e encheu o Cine-Teatro S. Pedro. No final o saldo era positivo, 22 equipas inscritas.


A sessão de abertura contou com a presença de três médicos que falaram sobre cancro, suas causas e diferentes tipos.
Após a sessão de esclarecimentos e da apresentação da Comissão Local, discursaram Maria Cristina G. Ferreira Coordenadora Nacional, Rita Teles Branco Coordenadora Regional do Sul, Matilde Sacavém e Isabel Simão Coordenadoras Locais e Maria do Céu Albuquerque Presidente da Câmara Municipal de Abrantes.

A abertura terminou com um Abrantes de Honra... para convívio de todos!

1 comentário:

  1. OLÁ ABRANTES, OLÁ PORTUGAL, OLÁ MUNDO INTEIRO
    Agradeço a todos que conceberam, concretizaram e participaram em todos os projectos "UM DIA PELA VIDA".
    Abrantes no passado dia 20 de Março foi palco da maior Festa nunca Vista nem Sentida deste modo.

    Esta é a prova que todos juntos, movidos pela mesma Causa somos capazes de fazer tudo aquilo que queremos, basta esforçarmo-nos e envolvermo-nos só um bocadinho.

    Esta é também a prova que todos aqueles perdemos fisicamente, sem motivo e sem razão, como diz o nosso Hino, estão e estarão sempre connosco, nas nossas memórias e no nosso coração, a ajudar-mos a lutar contra a dor da saudade, a angústia dos maus momentos e as pedras dos nossos caminhos.

    Agradeço continuamente ao MEU PAI, por toda a força, coragem e capacidade que me dá, para continuar a SER FELIZ, com o seu ESPIRITO sempre VIVO e presente no meu coração.

    Quero partilhar convosco o que aprendi com a Morte fisica do meu PAI(o meu maior amigo e confidente):
    »»» só agora eu percebo aquilo que aprendi nos bancos da catequese :A morte é só a alteração de um estado físico de um corpo
    »»» se no nosso dia a dia nós pensarmos desta forma, conseguimos perceber, e mais importante, conseguimos sentir que tudo aquilo que nos rodeia na maior parte dos casos não corresponde aquilo que na sua essência é.
    »»» todos nós ser vivos, não somos aquilo que os nossos olhos veem, mas sim aquilo que a nossa alma sente.
    Agora convosco eu me questiono:
    Será que foi preciso o meu Pai morrer para eu perceber / sentir que a Morte é o começo da VIDA?
    Isto não são divagações, nem lamechices, são sentimentos profundos apreendidos e que espero poder ajudar a atenuar a dor de quem esteja a sofrer.
    Obrigado PAIZINHO.

    Um grande abraço
    Zelia Maria Farinha Lopes

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Testemunhos

Depois da partida da minha irmã desta vida terrena, a minha mãe (vice-capitã de uma das nossas equipas, e, sendo católica), procurou o consolo possível em vários testemunhos que lhe foram dados. Pediu-me que se publicasse este, pois encontrou nele uma enorme força!!!
Obrigado à Aida Maria Líbano Monteiro por ter tido a coragem de escrever, partilhando assim a sua vivência de sofrimento, sem saber que com isso, ajudaria tantos outros e de diferentes formas, a viver o seu!!!
Obrigado Mãe por também de uma maneira tão bonita, partilhar o que lhe foi dado.

Maria Isabel Simão (Bé)


“Sempre pensei o ser humano como um ser maravilhoso, cheio de dignidade própria, fruto do Amor de Deus e do amor dos homens, com possibilidades de conhecer (abranger) a Verdade e o Bem e de os escolher como critérios de vida.
Percebi também muito cedo as limitações de vária ordem que esse ser comporta em si próprio. Não somos deuses. Somos homens.
Apesar da consciência dessas muitas limitações, dessa condição humana, continuei a achar que era óptimo ser Homem.
Tenho vindo a aprender, devagarinho, que o sentimento de não felicidade vem, numa grande percentagem, quando nos queremos pôr, e à nossa doença, num lugar que não nos compete: o primeiro, o alvo das atenções e dos carinhos, aquele a quem é devida obediência rápida e quase a antecipação dos desejos e interesses...
Claro que, pobres como somos, precisamos que nos tratem bem, com competência, com carinho, com respeito pela nossa dignidade.
Mas esta espécie de tirania de pensar só em nós, nos nossos sofrimentos, tira-nos a capacidade de amar, de nos relacionarmos com Deus, de nos relacionarmos com as pessoas com quem convivemos, que nos acompanham, de nos relacionarmos com a vida que milhões de pessoas vivem. Tira-nos ao fim e ao cabo a capacidade de nos interessarmos pela terra e pela vida que continua a ser construída. Fechamo-nos. Isolamo-nos.
Parece que deixamos de existir antes mesmo de sermos acolhidos nos braços do Pai.
Felicidade, realmente, não se constrói, não se vive quando nos colocamos no primeiro lugar, quando olhamos só para nós, quando nos isolamos.
Com frequência somos tentados a olhar só para as nossas limitações, para o que não podemos fazer, ou então a achar que, se ao menos estivéssemos nas condições de outros doentes, ainda faríamos isto ou aquilo.
A minha doença tem-me feito descobrir as muitas potencialidades escondidas que há em nós e às quais nunca anteriormente fazíamos apelo porque naturalmente não precisávamos delas.
A minha doença tem-me ajudado a perceber que essas potencialidades a que anteriormente não fazia apelo me dão a possibilidade de reforçar a minha actividade nalguns campos e mesmo de a iniciar em campos inteiramente novos.
Podia aqui referir, muito especialmente, algumas actividades de participação em projectos posteriormente realizados com a colaboração de outros sem quaisquer limitações de doença e que, parece-me poder dizê-lo, não teriam sido realizados se não fosse a minha situação de doente.
Sinto-me, de facto, chamada a servir, a sentir-me responsável, a pôr a minha pedra na construção, como todos os Homens.
Eu acredito que o Senhor não gosta de me ver sofrer.O Senhor não se deleita com o sofrimento dos seus filhos.O Senhor não passa ao largo.
Mais: o Senhor ama-me tal como eu sou e acompanha-me dia após dia. A toda a hora está atento aos meus queixumes e desabafos.
Eu acredito que o Senhor vive comigo as dificuldades reais e me ajuda a ultrapassá-las.
Acredito que o Senhor me vai desvendando aos poucos a linguagem de amor e não a linguagem de aguentar o sofrimento.
Sei que, nessa intimidade de amor com Deus, Lhe posso falar não já só de mim, mas também dos outros e do mundo que trago no coração.”

Escrito por:
Aida Maria Líbano Monteiro